MALAWI

A República do Malawi é um país no sudeste da África, conhecido anteriormente como Niassalândia.

Faz fronteira com a Zâmbia, a noroeste, com a Tanzânia a nordeste, e Moçambique, a leste, sul e oeste. Está separado da Tanzânia e Moçambique pelo Lago Malawi.

O Malawi é um dos países menos desenvolvidos do mundo. A economia é fortemente baseada na agricultura, com uma população predominantemente rural.


A capital do Malawi (em português Malaui) é a Lilongwe, a segunda maior cidade é Blantyre e a terceira maior cidade é Mzuzu. O nome "Malawi" vem de Maravi, um povo Bantu que imigrou do Congo sul por volta de 1400 dC. Ao chegar ao lago Malawi, o grupo dividiu-se, uma parte foi para o sul até a margem oeste do lago, os Chewa, enquanto o outro grupo, os ancestrais dos actuais Nyanja se instalaram no lado leste no sul do actual Malawi. Os conflitos étnicos e migração contínua impediu a formação de uma sociedade única e coesa Malawi até ao ínicio do século 20.

O Malawi foi fundado durante o século X e permaneceu sob domínio nativo até 1891, quando foi colonizado pelos britânicos, que governaram o país até 1964. Após a conquista da independência, tornou-se um estado de partido único sob a presidência de Hastings Banda, que permaneceu presidente até 1994, quando foi derrubado do poder. O Malawi hoje em dia tem um governo democrático multipartidário. A Política externa do Malawi é pró-Ocidente e o país tem relações diplomáticas com a maioria dos países desenvolvidos.

O Malawi é um dos países menos desenvolvidos do mundo. A economia é fortemente baseada na agricultura, com uma população predominantemente rural. O governo do Malauí depende fortemente da ajuda externa para satisfazer as necessidades de desenvolvimento, embora esta necessidade tenha diminuído desde 2000. O Malawi tem uma expectativa de vida baixa e alta mortalidade infantil. Há uma alta prevalência de HIV / AIDS e várias questões relativas aos direitos do Homem tem vindo ao conhecimento e intervenção internacional...

Há uma população diversificada de povos nativos, asiáticos e europeus, com várias línguas faladas e um conjunto de crenças religiosas. O Malawi começa aos poucos a criar um espírito de nação e tem uma cultura que combina aspectos nativos e coloniais, incluindo desportos, dança, arte e música.

Fui ao Malawi durante a viagem ao Norte de Moçambique. Depois de visitar o Lago Niassa com o Vasco seguimos com o João e com a Joana para Mandinga, perto da fronteira, onde e jantámos num restaurante onde tivemos uma companhia especial...

(ainda em Moçambique)



E na manhã seguinte a partida para o Malawi... Já tinha passado em Moçambique por alguns riachos onde as mulheres lavam a roupa ainda não tinha conseguido tirar fotografias...








1. CHIPONDE


Na fronteira para o Malawi arranjámos uns novos amigos que estavam a fazer backpacking e que nos pediram boleia... acabaram por ficar connosco até regressarmos a Moçambique... Notem nas fotografias o estado em que eles ficaram na caixa da pickup. Todo o caminho foi divertido, com direito a todos os géneros de música, fado, disco, músicas, brasileiras e todos a cantar... Imaginem-se no meio do mato a ouvir fado...







2. LIWONDE NATIONAL PARK


A primeira paragem foi o Liwonde National Park. Adorei este safari, o andarmos por ali meio à vontade, muito mais que no Kruger, marcou a diferença. Nesta altura do ano chove pouco em Moçambique e os animais juntam-se bastante à volta do lago sendo muito fácil estar sempre a ver algum animal.




Outro dos momentos altos do safari foi o passeio de barco, adorei! Imaginem-se a poucos metros de um grupo de hipopótamos submersos na água, ou a poucos metros de elefantes e rinocerontes, sente-se um perigo diferente de quando se está fechado num carro e acho que aí está uma parte do encanto de um bom safari!









3. THYOLO

E as plantações de chá... em Thyolo pudemos mergulhar em algumas... Já em Moçambique tinha visto algumas mas aqui tive a oportunidade de mergulhar neste mar verde rodeada pela paisagem que se vê... brutal!

Existem diversas propriedades do chá em Thyolo que fica perto de Blantyre na base de uma das montanhas próximas da cidade. O chá tem sido cultivado nesta área desde 1909 quando o Malawi foi colonizado pelos britânicos. Ao chegar no Malawi os governantes coloniais pensaram que o tempo e o clima de Thyolo era propício para o chá e adquiriram terras aos reis. O povo foi então forçado a mudar-se de modo a ficar perto das montanhas. Algumas das propriedades são famosas noThyolo Naming'omba, Makandi, Satemwa,Nchima, Nansato e Conforzi. Estas propriedades têm grande importância para o povo de Thyolo e Malawi como um todo. Primeiro, o chá está entre os maiores ganhadores de moeda estrangeira noMalawi, que tem economia baseada agrícolas.







4. BLANTYRE

De resto foi mais "cidade", diversão e hesitação entre apanhar um autocarro em Blantyre para fazer o percurso Lusaka (Zambia), Vitoria Falls e Harare (Zimbabué) ou regresso com os meus amigos a Lichinga... Confesso-vos que estive a centímetros de entrar no autocarro mas ninguém me conseguia garantir nem horários, nem trajectos, nem garantias de passar nas fronteiras e como o tempo já começava a escassear achei melhor não arriscar... Ohhh...

Blantyre é o centro de finanças e do comércio, a segunda maior cidade. É às vezes referido como a capital comercial do Malawi, em oposição ao capital político, Lilongwe. A sua localização não é muito convencional, em vez está rodeado por montanhas: o Monte Soche, a Montanha Ndirande, a Montanha Chiradzulu a Montanha Michiru que compõem Área Montanhosa de Michiru.

O nome vem do local de nascimento de Livingstone, na Escócia... David Livingstone nascido em Blantyre na Escócia em 1813, foi um pioneiro médico-missionário pela Sociedade Missionária de Londres e um grande explorador em África. Acreditando que tinha um chamamento espiritual para a exploração, em vez de um de trabalho missionário, e encorajado pela resposta na Grã-Bretanha às suas descobertas e suporte para futuras expedições, demitiu-se da Sociedade Missionária de Londres em 1857 e tornou-se menos evangelizador e mais explorador. Com a ajuda do presidente da Royal Geographical Society, Livingstone foi nomeado cônsul de Sua Majestade para a Costa Leste da África.

Tinha como obsessão descobrir as nascentes do Nilo que julgava estarem no Lualaba (a maior nascente do rio Congo em volume de água (muito próxima do Zambezi o maior rio de África em comprimento) e a fama que foi ganhando como explorador ajudou-o a impulsionar esse desejo. Apesar de não ter conseguido atingir o objectivo de provar as suas teorias para a nascente do Nilo, as suas descobertas, modo de vida, as suas viagens missionárias, o seu humanismo, o seu desaparecimento em África, a reacção nativa à sua morte e a sua glorificação póstuma como herói nacional, deixaram a sua marca para sempre na História.

Livingstone foi um dos primeiros ocidentais a fazer uma viagem transcontinental em toda a África, desde Luanda no Atlântico a Quelimane no Oceano Índico, perto da foz do Zambeze, em 1854-56. Apesar das repetidas tentativas europeias, especialmente pelos Portugueses, esta parte de África não tinha sido ainda atravessada por europeus, devido, à disenteria, a malária e à doença do sono, predominantes no interior e que também impediam o uso de animais de tração (bois e cavalos), bem como pela oposição tribos e chefes poderosos.

Enquanto as outras expedições com dezenas de soldados e dezenas de carregadores contratados transportando suprimentos eram vistos como incursões militares ou eram confundidos com traficantes de escravos, as suas características e abordagem deram-lhe uma vantagem como um explorador. Viajava levemente, com poucos mantimentos, com poucos nativos,  levava apenas um par de armas de fogo para protecção e conseguia convencer os chefes tribais de que não era uma ameaça. Fez por compreender as maneiras de chefes locais e negociou com sucesso a passagem pelo seu território,  muitas vezes foi hospitaleiramente recebido e ajudado. Além disso pregava uma mensagem cristã, mas não forçava quem não queria ouvi-lo. 

Livingstone foi um defensor do comércio e missões cristãs a serem estabelecidas na região, pode dizer-se que abriu a África Central para os missionários e que iniciou a educação e saúde para os africanos. A estima que tinha por muitos chefes Africanos e sua população local facilitou as relações entre eles e os britânicos. Livingstone também foi um defensor dos direitos dos nativos, escreveu cartas, livros e revistas e fez agitar o apoio público para a abolição da escravatura (no entanto, tornou-se humilhantemente dependente da assistência dos traficantes de escravos nas suas explorações)… Pode dizer-se que era realmente um cristão de coração. O seu lema, inscrito na base da sua estátua em Victoria Falls, foi " Cristianismo, Comércio e Civilização". Nessa época ele acreditava que a chave para alcançar esses objectivos era a navegação do rio Zambezi como uma estrada cristã comercial para o interior. Voltou para a Inglaterra para tentar obter apoio para suas ideias, e publicou um livro sobre a sua viagens que lhe trouxe fama como um dos principais exploradores da época.

Foi o primeiro europeu a ver a queda de água Mosi-oa-Tunya, "o fumo que troveja", que renomeou de Victoria Falls, em honra da sua monarca, a rainha Vitória. Sobre as cataratas escreveu, "Os anjos nos seus voos devem comtemplar estas lindos cenários”. Deu a conhecer ao mundo o Lago Niassa ( deu-lhe o nome de Nyasa) também conhecido como Lago Malawi e o Lago Ngami e o Lago Bangweulu. E também ompletou os detalhes do Lago Tanganyika, do lago Mweru e do curso de muitos rios, especialmente o alto Zambezi. As suas observações permitiram o mapeamento de grandes regiões que estavam em branco. Mesmo assim, o mais a norte a que chegou, a extremidade norte do lago Tanganica, ficava ainda a sul do Equador e da floresta do rio Congo.

Numa segunda incursão por África, tinha perdido completamente o contacto com o mundo exterior há já seis anos quando Henry Morton Stanley, foi enviado para África pelo jornal New York Herald, em 1869 para procurá-lo. Encontrou-o em 1871 na cidade de Ujiji nas margens do Lago Tanganyika. Cumprimentou com as palavras agora famosas "Dr. Livingstone, I presume?" ao que ele respondeu "Sim, sinto-me grato por estar aqui para recebê-lo." Claro está que não haveria outros homens brancos nas imediações e como os dois não tinham sido formalmente apresentados, foi a maneira correcta de abordar Livingstone sem violar a etiqueta… Stanley tornou-se grande amigo e companheiro de expedições de Livingstone. Stanley e o seu jornal reabilitaram a reputação de Livingstone na Europa que no final dos anos 1860 estava em baixa, devido às suas ideias incomprovadas sobre a origem do Nilo e missões que eram dificilmente modelos de ordem e organização.

David Livingstone morreu na vila do Chefe Chitambo, em Ilala a sudeste de Lake Bangweulu no Noroeste da Rodésia, em 1873 de malária e hemorragia interna causada pela disenteria. Tinha estado doente durante a maior parte dos últimos quatro anos de sua vida. A Grã-Bretanha queria que o corpo voltasse a casa para lhe dar uma cerimónia apropriada, mas a tribo não queria deixar o seu corpo partir. Finalmente consentiram mas tiraram-lhe o coração e colocaram uma nota sobre o corpo que dizia: "Podem ter o seu corpo, mas o seu coração pertence a África!" O coração de Livingstone foi enterrado debaixo de uma árvore Mvula perto do local onde ele morreu, agora local do Memorial Livingstone. O seu corpo, juntamente com seu diário que veio a revelar uma obstinada determinação em face do sofrimento, foram carinhosamente transportados por quase 2000 km pelos seus leais assistentes Chuma e Susi. Esta longa viagem com seu corpo inspirou admiração na Europa. Depois de permanecer em repouso em No.1 Savile Row, a antiga sede da Royal Geographic Society, os seus restos mortais foram enterrados na Abadia de Westminster.

As suas descobertas terão tido impacto sobre o domínio colonial mais para o interior de África posterior à sua morte mas paradoxalmente ajudaram a acabar com a era colonial em África, sem um derramamento de sangue excessivo. Livingstone foi parte de um movimento evangélico e não-conformista que na Grã-Bretanha durante o século XIX que mudou a mentalidade nacional da noção de um direito divino sob "raças inferiores" e trouxe ideais de ética na política externa, factores, contribuíram para o fim do Império Britânico. Por outro lado os africanos educados em escolas de missões fundadas por pessoas inspiradas por Livingstone estiveram na vanguarda dos movimentos de independência nacional no centro, leste e sul da África.





5. ZOMBA

No regresso a Moçambique se não estou enganada ficámos em Zomba... Penso que em Zomba me chegou a parecer estar em Sintra... Na verdade é interessante ver a quantidade, variedade e beleza das árvores que se vêem no Malawi... não esperava nada...




Zomba foi a capital do primeiro britânico da África Central na Niassalândia antes do estabelecimento da República do Malawi em 1964. Foi também a primeira capital do Malawi e assim permaneceu até 1974, quando Lilongwe se tornou a capital. A cidade é conhecida pela sua arquitetura colonial britânica e pela brutal localização na base do Planalto de Zomba.






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